O café e a cana carregam histórias que moldaram o Brasil. Doces, fortes e cheias de significado. Entre quem planta e quem prova, existe um fio de cuidado que atravessa gerações. Este café é como um bom caldo de cana fresco: doce, marcante e feito com cuidado. Do pé até a xícara.

A trajetória do Sítio Santa Marta começou com o bisavô de Marta Ribeiro Rodrigues, nos cafezais da antiga Fazenda Carnaúma, em Pedralva. Embora a família tenha se aventurado no Rio de Janeiro e administrado grandes fazendas na Bahia, a conexão com a terra sempre chamou de volta. Em 2023, Marta trouxe o legado de volta às montanhas da Mantiqueira de Minas, inaugurando um projeto que une tradição e visão de futuro.

Situado entre 1.100 e 1.380 metros de altitude, o Sítio Santa Marta conta com 45 hectares (dos quais 20 dedicados ao café) e um cultivo consorciado com abelhas, oliveiras e bananeiras, uma prova de que produtividade pode andar de mãos dadas com biodiversidade e sustentabilidade. Marta conduz a produção em parceria com Daniel e Leandro, colaboradores que recebem 50% dos lucros, fortalecendo um modelo justo e colaborativo.

O “Caldo de Cana” é colhido manualmente, processado pelo método natural e submetido a uma torra clara que preserva sua essência. Com pontuação SCA de 89, revela notas acolhedoras de cana-de-açúcar, mel, rapadura, pamonha e frutas amarelas, acompanhadas por toques cítricos de capim-limão e uma finalização doce e marcante. Seu corpo sedoso e acidez equilibrada fazem desta bebida uma experiência que evoca memórias de roça e celebra a riqueza do terroir mineiro.

Mais do que um café especial, o “Caldo de Cana” é um tributo ao legado da família Rodrigues, que resistiu ao tempo e às mudanças, e a todos que acreditam que a verdadeira qualidade se constrói com paciência, respeito e paixão. Cada gole é um convite para experimentar a doçura da cana e a força do café brasileiro, a união perfeita entre passado, presente e futuro.