introdução
O processo de classificação física do café é uma etapa crucial que antecede a avaliação sensorial, garantindo a qualidade e o padrão do produto final. Esse método detalhado é essencial tanto para produtores quanto para compradores e consumidores de café especial.
“A gente acompanha na tela a cotação da saca de 60kg do café arábica, tipo 6 bebida dura para melhor…” Quem nunca ouviu isso enquanto assistia ao jornal e ficou com aquela cara de: WHAAAAT? Pois interrompemos a sua programação para informar que isso acaba hoje! A seguir, vamos explorar cada etapa desse processo e compreender sua relevância.
O que é a classificação física do café?
Antes de mais nada, a classificação física do café é um procedimento que analisa os defeitos visuais e físicos dos grãos, auxiliando na identificação da qualidade do lote. Nesse sentido, é retirada uma amostra representativa do lote, que geralmente contém 10 sacas (aproximadamente 600 kg). A partir dessa amostra, são separadas 300 gramas, conhecidas como “bica corrida” – ou seja, grãos que ainda não passaram pela classificação física. Simples, né?
Por que essa etapa é importante?
- Produtores:
A classificação revela possíveis problemas no processo de produção, como grãos quebrados devido à secagem inadequada ou defeitos causados por colheita e beneficiamento mal realizados. - Corretores e compradores:
A avaliação física é usada para determinar o valor do café, especialmente no mercado de commodities, onde se ouve termos como “café arábica, tipo 6” ou “tipo 7”. Quanto maior o número de defeitos (tipos 6, 7 ou 8), menor é a chance de o café ser classificado como especial. - Consumidores de café especial:
Para atingir a classificação de café especial, os grãos precisam apresentar um número mínimo de defeitos e alcançar uma pontuação superior a 80 pontos na análise sensorial
Como é feita a análise?
A amostra é espalhada sobre uma superfície preta para facilitar a identificação dos defeitos. Entre os principais problemas encontrados estão:
- Grãos quebrados: resultado de secagem inadequada ou processos agressivos.
- Grãos pretos, verdes ou ardidos: indicadores de colheita ou beneficiamento inadequados.
- Presença de impurezas: como pedras, torrões de terra e pedaços de madeira.
- Outros defeitos físicos: como cascas, grãos mal granados ou furados por brocas.
Após identificar e separar cada defeito, é feita uma pontuação numérica. Por exemplo, um lote com pontuação acima de 185 defeitos é classificado como tipo 7, indicando baixa qualidade.
O impacto no rendimento do lote
A peneira e a classificação por tamanho
Após a remoção dos defeitos, os grãos passam por peneiras que separam os grãos por tamanho. As peneiras mais valorizadas para cafés especiais são as de tamanho 16 ou superior, que indicam um ciclo de maturação adequado. Grãos menores ou quebrados geralmente apresentam qualidade inferior.
Essa etapa ajuda a identificar diferentes qualidades dentro do mesmo lote. Por exemplo, um lote pode conter grãos excepcionais (90 pontos) nas peneiras maiores e grãos especiais (85-86 pontos) nas peneiras menores. Essa separação permite que produtores decidam entre vender o lote todo ou separar as peneiras de maior valor.
A complexidade por trás de uma xícara de café especial
A classificação física é apenas o começo do rigoroso processo que envolve a produção de cafés especiais. Após essa etapa, seguem-se a análise sensorial, o preparo e a torra, cada uma com impacto significativo na qualidade final.
Para os consumidores, cada xícara é o resultado de um esforço coletivo – do produtor ao classificador, passando pelo provador e pelo barista. Portanto, compreender esses processos é uma forma de valorizar o trabalho por trás de cada café especial.
Quer saber mais sobre os bastidores da produção de café? Continue acompanhando nosso conteúdo e descubra como transformamos cada grão na melhor experiência para você!
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