introdução
Quando falamos em moedores manuais com bom custo-benefício, os modelos C2 e C3 da Timemore estão sempre entre os mais citados. À primeira vista, parecem idênticos. Mesma estrutura externa, mesmo tamanho, mesma pegada. Mas a diferença essencial está onde mais importa: nas lâminas e essa mudança impacta diretamente o resultado sensorial na xícara.
Neste artigo, trazemos uma análise técnica com base em um teste às cegas entre os dois modelos, buscando entender como cada um se comporta na moagem e quais nuances revelam na hora da degustação.
Estrutura parecida, resultados diferentes
O C2 conta com lâminas de 5 faces e um corte que lembra um parafuso, gerando mais micropartículas na moagem.
O C3, por sua vez, tem 6 faces de corte, promovendo uma moagem mais homogênea, com menor quantidade de micropartículas.
O teste às cegas: metodologia e sensações
Para isolar variáveis e garantir precisão sensorial, o comparativo foi feito por meio de cupping:
- Dois cafés de perfis distintos: um com notas mais cítricas (Bourbon Amarelo) e outro mais encorpado, com perfil de frutas vermelhas (café Frutado).
- Equivalência de moagem: após testes e consulta a tabelas de baristas, foram adotados os cliques 20 (C2) e 17 (C3).
- Infusão padrão: 10g de café, 4 minutos de infusão, quebra da crosta e avaliação às cegas.
O resultado foi claro: o C2 foi o preferido nas duas amostras, especialmente pelo destaque dado à acidez natural dos cafés. O C3, no entanto, impressionou pela uniformidade e equilíbrio — qualidades muito valorizadas por quem busca constância de perfil.
O impacto da lâmina do moedor no sabor do café
- O C2 apresenta um corte mais agressivo, que gera mais atrito e eleva o número de micropartículas. Isso favorece extrações com mais acidez e intensidade.
- O C3 proporciona uma moagem com granulometria mais consistente, o que contribui para uma xícara mais doce, suave e balanceada.
Além disso, as faces extras do C3 contribuem para um padrão de corte mais refinado — uma tendência que vem ganhando espaço no mercado de moedores manuais voltados para café filtrado, inclusive em campeonatos.
Qual moedor da Timemore escolher?
Vale destacar que o modelo C2 pode ser descontinuado em breve, enquanto a linha C3 está sendo expandida com versões como o C3 Pro, C3S e o C3 ESP, este último desenvolvido especialmente para espresso.
Por fim, a escolha entre o Timemore C2 e o C3 depende do que você busca na sua xícara:
- Para cafés com mais acidez e intensidade, o C2 pode ser a melhor pedida.
- Para perfis mais suaves e equilibrados, o C3 entrega uma performance mais limpa e precisa.
Ambos são ótimos pontos de partida (ou upgrade) para quem está entrando de vez no mundo do café especial.
E se você quiser dar um passo além?
Se o seu objetivo for ir além do custo-benefício e investir em precisão extrema e consistência de moagem, vale considerar o Comandante C40, um dos moedores mais prestigiados do mercado mundial. No nosso outro comparativo Timemore C2 vs Comandante, mostramos que apesar de o Comandante ter um valor mais alto, ele entrega uma moagem mais uniforme e resultados sensoriais mais fiéis ao perfil do café — ideal para baristas exigentes e para uso profissional.
Ou seja, se você está começando, C2 e C3 entregam tudo que você precisa. Mas se já quer algo para competir ou extrair o máximo do seu café especial, o Comandante pode ser o próximo passo na sua jornada.
Os 2 são excelentes, mas eu iria no Comandante é claro. Parabéns pelo o artigo que está bem completo.