Diferenças visuais e estruturais

O Origami Dripper é predominantemente fabricado em dois materiais principais:

Porcelana Mino
A maioria dos drippers Origami são feitos de porcelana Mino, uma cerâmica de alta qualidade com uma rica história de 400 a 500 anos no Japão. Essa porcelana é conhecida por sua excelente capacidade de retenção de calor, o que ajuda a manter uma temperatura de preparo consistente, fundamental para uma extração ideal. A porcelana também é considerada um material adequado para a extração de café.

Resina AS (Origami Air)
Existe também a versão Origami Air, feita de copolímero de acrilonitrila-estireno (AS), que oferece maior durabilidade e resistência a quebras, tornando-o uma opção adequada para uso ao ar livre ou comercial. A resina AS possui alta estabilidade térmica e aquece rapidamente, o que pode tornar o processo de pré-umedecimento mais eficiente. Algumas fontes sugerem que as ranhuras na versão de resina podem ser ligeiramente mais profundas, resultando em um fluxo de água mais rápido em comparação com a versão de porcelana.

Porcelana Reciclada (ReWork)
A série “ReWork” utiliza 20% de porcelana reciclada, proveniente de peças trituradas durante a produção. Mantendo o mesmo formato do Origami original, essa linha apresenta um processo de fabricação ligeiramente diferente e uma aparência única com um acabamento fosco e sem esmalte.

Outra característica notável do Origami é sua versatilidade, sendo compatível com dois tipos principais de filtros de papel: os cônicos (como os da Hario V60) e os de fundo plano (como os da Kalita Wave). Essa dupla compatibilidade permite aos usuários obter diferentes resultados de extração e experimentar diversas técnicas de preparo com um único dispositivo.

O Origami está disponível em dois tamanhos: pequeno (adequado para 1-2 xícaras, até cerca de 25g de café moído) e Médio (adequado para 1-4 xícaras). Além disso, oferece uma ampla gama de opções de cores tanto para os modelos de porcelana quanto para os de resina, permitindo a personalização de acordo com o gosto do usuário.

É importante notar que o Origami geralmente não possui uma alça e requer um suporte separado (de madeira ou resina) para garantir a estabilidade durante o preparo. O suporte de resina pode oferecer uma estabilidade ligeiramente melhor.A dupla compatibilidade do Origami com filtros cônicos e de fundo plano, juntamente com a escolha de porcelana para retenção de calor e resina para durabilidade, o posiciona como um coador versátil que atende a uma ampla gama de preferências de usuários e cenários de preparo.

Por fim, o design estético aprimora ainda mais seu apelo, tornando-o uma adição visualmente atraente a qualquer configuração de café. A disponibilidade em diferentes materiais permite que os usuários priorizem a retenção de calor ou a durabilidade, enquanto a capacidade de usar diferentes tipos de filtro oferece flexibilidade na busca por diversos perfis de sabor.

As ranhuras oblíquas desempenham um papel crucial ao facilitar um fluxo rápido de água devido à sua inclinação e profundidade, comprimindo o líquido e aumentando sua velocidade. Essas ranhuras também mantêm um espaço entre o filtro de papel e as paredes do coador, influenciando o controle da velocidade da água e o tempo de extração.

A filosofia de design central do Koar gira em torno de como o material do filtro afeta diretamente o resultado sensorial da bebida. Essa abordagem centrada no material o diferencia do Origami, onde o material afeta principalmente a retenção de calor e a durabilidade.

O design específico das ranhuras é projetado para trabalhar em conjunto com o material, buscando os resultados sensoriais desejados. Além disso, o ângulo e o número específicos de ranhuras no Koar são projetados para um fluxo rápido de água, sugerindo uma dinâmica de preparo que pode diferir significativamente do Origami, levando a diferentes eficiências de extração e perfis de sabor. Esse fluxo rápido é uma característica fundamental do método Koar.

O Fluxo de Água e seu Impacto no sabor

Origami: Flexibilidade no Fluxo

O design do Origami Dripper, com seu grande orifício na base (maior que o do Hario V60 17) e as 20 ranhuras, geralmente promove um fluxo de água mais rápido em comparação com outros métodos de pour-over. Esse fluxo mais rápido pode ser uma vantagem, reduzindo o entupimento, mas também exige uma técnica cuidadosa para evitar a subextração ou o bypass.

As 20 ranhuras verticais criam canais de ar, permitindo a liberação eficiente de CO2 e a drenagem suave da água quente, o que contribui para a capacidade de controlar a velocidade de gotejamento. A velocidade pode ser livremente controlada pelo barista. O tipo de filtro de papel escolhido tem um impacto significativo na velocidade do fluxo:

Filtros Cônicos (V60)
Ao usar filtros cônicos, as 20 ranhuras criam um espaço entre o filtro e as paredes do dripper, permitindo um fluxo de água mais rápido e potencialmente um tempo de extração mais curto. Alguns usuários observaram que o Origami pode ser mais rápido que um V60 com o mesmo filtro cônico. Esse fluxo mais rápido geralmente resulta em uma bebida com maior clareza e acidez brilhante, realçando notas frutadas e florais. No entanto, também pode levar ao bypass (água escorrendo entre o filtro e o dripper sem passar pela camada de café), o que pode afetar a consistência.

Filtros Wave (Kalita)
Os filtros wave se encaixam perfeitamente nas 20 ranhuras, transformando efetivamente o Origami em um coador de fundo plano. Esse encaixe perfeito pode resultar em um fluxo de água mais lento em comparação com o uso de filtros cônicos no Origami. A camada de café mais plana com filtros wave pode promover uma extração mais uniforme e realçar a doçura e o corpo do café. Alguns usuários acham que os filtros wave no Origami reduzem o bypass devido ao ajuste.

Devido ao grande orifício na base, o tamanho da moagem desempenha um papel crucial na regulação do fluxo de água e na obtenção da extração desejada. Uma moagem mais fina pode diminuir o fluxo e aumentar a extração, enquanto uma moagem mais grossa terá o efeito oposto. O design do Origami oferece uma flexibilidade única na manipulação do fluxo de água e, portanto, do perfil de sabor, através da escolha do filtro e do tamanho da moagem. Isso permite aos usuários adaptar seu preparo com base nos grãos de café e em suas características de sabor preferidas, oferecendo um alto grau de controle sobre a bebida final.

Koar: Projetado para Velocidade e Consistência

O filtro Koar é especificamente projetado para facilitar um fluxo rápido de água devido às suas características de engenharia. As 16 ranhuras oblíquas, com sua inclinação e profundidade específicas, têm como objetivo comprimir a água à medida que ela flui para baixo, aumentando sua velocidade e levando a um tempo de drenagem mais rápido.

Essas ranhuras também criam canais que elevam o filtro de papel das paredes do coador, garantindo uma passagem consistente da água através da camada de café. O material do filtro Koar tem uma influência significativa na dinâmica da extração e, consequentemente, no perfil de sabor. Pesquisas indicam que diferentes materiais afetam a estabilidade da temperatura durante o preparo, o que, por sua vez, impacta a extração de vários compostos:

• Materiais com baixa condutividade térmica (acrílico, cerâmica, porcelana) tendem a levar mais tempo para aquecer no início da extração, com exceção do aço inoxidável. O café preparado com filtros de acrílico e cerâmica mostrou maiores níveis de fenólicos totais e capacidade antioxidante. Filtros de acrílico também foram associados a menor acidez titulável total. Esses materiais possuem menor condutividade térmica.
• O aço inoxidável, com sua alta condutividade térmica, aquece rapidamente e tem sido associado a maior acidez titulável total, condutividade elétrica, capacidade antioxidante DPPH e teor de cafeína no café preparado. O aço inoxidável possui alta condutividade térmica.

O sistema Koar geralmente utiliza seus próprios filtros de papel, projetados para funcionar de maneira ideal com a estrutura das ranhuras e promover o fluxo rápido pretendido e prioriza um fluxo de água rápido e consistente, que, combinado com as propriedades térmicas específicas do material, oferece uma abordagem única para a extração de café.

Por fim, para ficar mais fácil de visualizar essas diferenças, resumimos pra você:

Preço e Disponibilidade no Brasil

Os preços listados são aproximados e podem depender de onde você vai comprar, promoções e custos de envio. Recomenda-se verificar os sites dos varejistas listados para obter as informações mais atualizadas. Para o Koar, também é aconselhável consultar o site oficial para obter uma lista de lojas físicas em todo o Brasil e explorar o Mercado Livre para possíveis ofertas e diferentes opções de materiais. Para o Origami, também vale a pena verificar outros varejistas online no Brasil que possam comercializá-lo.

Primeiro teste no Koar e Origami: mesmo café, mesma receita

Para este teste, usamos um Blend Unique (Bourbon vermelho + Bourbon amarelo), com proporção 1:11 – ou seja, 20g de café para 220g de água. A receita foi simples: pré-infusão seguida de um único fluxo contínuo e lento, para focar só na diferença entre os métodos.

Na prova às cegas, o Origami se destacou no paladar do nosso Baristuber e trouxe uma acidez mais vibrante, viva e limpa. Já o Koar trouxe mais corpo e doçura, o que também é incrível, mas depende do que você está buscando na xícara.

Segundo teste: receitas personalizadas para cada método

Agora que entendemos como cada um se comporta, fizemos receitas pensando em valorizar o que cada método tem de melhor.

Para o Origami, usamos Bourbon Amarelo, que já tem acidez mais cítrica por natureza, numa proporção mais diluída (1:15 – 20g de café para 300g de água), com três arremessos de água para uma extração mais leve e brilhante.

Para o Koar, a receita foi 1:12 (20g para 240g), com movimentos circulares em sentidos horário e anti-horário, finalizando com o Rao spin para extrair corpo e doçura. O café escolhido? O Frutado da Unique, que casou perfeitamente com esse estilo de extração.

E o resultado surpreendeu: o café no Koar brilhou mais nesse segundo teste, evidenciando notas frutadas como amora, com corpo e doçura marcantes, e um amargor bem suave.

Então, qual é o melhor?

Depende! Se você busca acidez mais clara e gosta de experimentar diferentes modulações de receita, o Origami é sua praia. Mas ele exige mais técnica e atenção aos detalhes, como moagem e fluxo de água.

Já o Koar, com sua vazão mais controlada e formato mais “purista”, é ótimo para extrair cafés com mais corpo e doçura, sendo uma escolha excelente para quem está começando ou busca um método mais acessível.

Aliás, falando em acessibilidade, o Koar leva vantagem no preço: é nacional, mais barato e você ainda consegue comprar o método, filtro e até uma chaleira pelo preço de um Origami importado.

Pra quem é cada um?

• Koar: ideal para quem quer começar com um bom método, acessível, estável e com foco em corpo e doçura. Fácil de dominar.
• Origami: ideal para quem já tem um pezinho no universo geek do café e quer explorar variações infinitas na extração.

E se você quiser mergulhar ainda mais…

No canal tem vídeos só sobre o Koar, só sobre o Origami e também uma playlist inteira de métodos de preparo. Lá você vai encontrar desde receitas até a história de cada método. Vale a pena dar uma explorada!

E ah – esse vídeo nasceu por sugestão de vocês nas redes sociais. Então, já sabe: manda esse artigo para o amigo que tá em dúvida, comenta o que achou e deixa sua sugestão para os próximos testes.

Onde encontrar cafés de qualidade?